Depois
da minha alta do Dante Pazzanese, voltei mais uma vez na clínica pra fazer
hemodiálise. Depois retornei à casinha do HSP. E lá fiz mais duas sessões de
hemo. Pois na primeira consulta pós-transplante, meu médico, o Dr. Paulo César
Koch, chefe da pediatria no pós-transplante, decidiu me internar novamente. Ele
disse que precisa investigar o porquê do rim não estar funcionando direito, se
estava tudo bem com ele.
Dr.
Paulo disse que se eu continuasse fazendo hemo, o rim não iria funcionar porque
ficaria “preguiçoso”.
Fui
internada no Hospital do Rim e lá fizeram muitos exames, inclusive outra
biópsia (só que lá é com anestesia local, no quarto, e é só um furinho com uma
agulha grande que tira uma lasquinha do rim). Fiz também uma arteriografia da
artéria renal. Foi aí que descobriram que eu estava com um aneurisma na artéria
renal.
Tinha
demorado um pouco para fazer a arteriografia (uns quinze dias) e descobrir o
aneurisma. Para passar o tempo eu participava de oficinas, fazia pinturas em
cartolina e artesanato com palitos de sorvete com a Cris (psicóloga).
Encontrei
uma colega da hemodiálise: a Fernanda. Nos conhecíamos desde a diálise
peritoneal. Ela tinha transplantado também, por isso, estava internada. A Fer
tinha a minha idade. Fazíamos aniversário no mesmo dia. Depois chegou a Ieika tinha 6 anos. Ela também fez hemo comigo e transplantou.
Infelizmente,
a Fer não está mais entre nós. Uns três anos depois do transplante ela perdeu o
rim por irresponsabilidade, voltou pra hemo e faleceu. A Ieika continua com o rim transplantado até hoje.
Os
médicos não sabiam o tamanho certo do aneurisma, mas resolveram operar logo
porque poderia crescer mais. A Drª Paula (na época chefe do 6º andar do HR) falou pra minha mãe que era coisa rápida, três horas no máximo.
Na
noite anterior à cirurgia minha mãe não dormiu comigo e quando ela chegou no
dia seguinte, eu já tinha sido levada para o centro cirúrgico.
Quando
abriram minha barriga, os médicos levaram um susto... O rim transplantado pulou
nas mãos do cirurgião. O aneurisma já estava do tamanho de uma laranja, a ponto
de estourar. A cirurgia foi complicada e demorada, cerca de 9 horas.
Tiveram que fazer um reimplante. (Minha mãe quase teve um troço!)
Eu
quase morri durante a cirurgia. Precisei ficar uns dias na UTI, me recuperando
da cirurgia difícil. Os médicos disseram pra minha mãe que eu tive muita sorte.
Eu digo que não foi sorte, foi vontade de viver, fé!
O
rim transplantado finalmente começou a funcionar direito e eu recebi alta
alguns dias depois. já sabendo que a GESF tinha recidivado.
Observando os pacientes que
transplantavam no HR , percebi que eles usavam dreno pra tirar restos de sangue
que ficam da cirurgia. (No Dante Pazzanese não colocaram em mim). Acho que pode
ter sido por isso que deu o aneurisma. Percebi também que todos que
transplantavam tinham alta com no máximo 15 dias de transplante. A maioria saía
com 7 dias. Eu fiquei quase 40 dias internada no Dante Pazzanese!
Eu e Mariana. Essa fofa é de Goiânia. Foi transplantada no HR.
Foto tirada antes da retirada do aneurisma.
Com Mariana e Ieika.
[Editado] A Ieika, infelizmente, faleceu, se não me engano, em 2019 de câncer.
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