(...)"Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar" (...) Saga - Filipe Catto

segunda-feira, 20 de julho de 2015

ROTINA ESTRESSANTE

Aprendi muitas coisas no curso de GA, passei por experiências que nunca imaginei que passaria, conheci pessoas muito bacanas e fiz alguns bons amigos. No entanto, muitas vezes pensei em desistir por causa do cansaço. A rotina era muito pesada e estressante.

Eu já estava no 3º semestre, preparando o meu TCC (era em grupo), quando comecei a sentir fortes dores de cabeça que eram recorrentes. A hemodiálise complicava tudo. Comecei a passar mal com mais frequência.

Por causa das terríveis dores de cabeça, muitas vezes precisei ir para o PS do HSP para tomar Tramal e outros medicamentos na veia. Toda semana eu passava a noite no HSP. Também colhiam exames de sangue. Porém, não faziam ressonância, nem tomografia. O hospital estava em greve, dificilmente faziam exames mais sofisticados. Os médicos diziam que minha dor de cabeça era só estresse.   

Em junho de 2007, junto com o meu grupo, apresentei o TCC do curso de GA. Apesar do nervosismo, (sempre fui péssima pra falar em público, pois ficava muito nervosa) deu tudo certo e o nosso TCC ficou ótimo e virou um lindo livro de um tema inédito para a biblioteca da ETESP.

No último dia de curso combinamos de cada um levar uma fruta para fazer uma salada de frutas. Foi ótimo, muito divertido! No entanto, perto da hora de ir embora me deu uma dor de cabeça muito forte. Eu chorava de tanta dor. Fiquei na secretaria com a minha amiga Cássia, a mãezona da turma, esperando a minha mãe ir me buscar. A vice-diretora, na época a professora Beth, que também era professora da minha mãe no curso de Adm, me levou, junto com ela, para a Nefros. Era dia de hemodiálise e eu com uma crise terrível de enxaqueca.

Fazendo a camiseta para a apresentação do TCC.

 Da esquerda para a direita: Ana, Mônica, eu,
Cássia e Renata. Grupo do TCC.

         Último dia de curso.

Eu, Mônica, Cássia e Renata.

domingo, 19 de julho de 2015

ESCOLHAS

Ainda em 2005... Fiz inscrição no Vestibulinho para entrar na ETESP (Escola Técnica de São Paulo, eu queria prestar para Turismo, porém não tinha o curso de manhã, que era o horário que eu teria disponível, já que eu começaria a fazer hemodiálise. Entre os cursos disponíveis, escolhi Gestão Ambiental (GA). Prestei e passei.  

Eu adorei o curso de GA. As pessoas que conheci lá eram completamente diferentes dos meus ex-colegas de escola. O pessoal era mais maduro, com  uma visão diferenciada do meio ambiente, da vida e mais compreensíveis em relação à minha saúde. Nunca ouvi ou percebi nenhuma piadinha em relação a mim. Isso não quer dizer que eu não tivesse apoio nenhum na escola. Lá eu conheci pessoas bem legais, inclusive minha melhor amiga, a Erica, que eu conheci na 8ª série. Ela sempre me entendeu como ninguém, apesar das nossas diferenças.

Quando o médico disse que eu voltaria a fazer hemodiálise, não tinha vaga na Unidade de Hemodiálise do HSP, onde eu queria, por isso, fui encaminhada pra uma entrevista numa clínica mais próxima da minha casa. Gostei e decidi ficar lá mesmo. Nefros, era o nome da clínica.   

Voltei a fazer hemodiálise no dia 02/12/2005. Comecei no horário da manhã, de segunda, quarta e sexta, por estar de férias.

Meu curso era das 7h30 às 12h. Quando as aulas começaram, meu horário da hemo mudou para 15h30 às 19h. (Na Nefros eu fazia 3h30 de hemodiálise). Do curso eu ia direto pra hemo. Quando tinha vaga, eles me colocavam na máquina mais cedo. Era bom porque eu chegava em casa mais cedo. Mas, mesmo assim, eu pegava ônibus lotado. Muitas vezes, com dor de cabeça, tive que aturar desaforos de idosos por estar sentada (quando conseguia lugar) e não ceder lugar pra eles que eram “preferencial”. Muitas vezes tive que esfregar minha carteirinha na cara deles, que mesmo vendo meu braço com curativos, minha cara de cansada, ficavam reclamando da minha “falta de educação”.             

Foi muito difícil me adaptar na Nefros. Era tudo muito diferente... O lugar, os pacientes, a equipe de enfermagem e o jeito da equipe trabalhar. Os médicos sempre mudavam, não eram fixos. Me adaptei aos poucos e peguei carinho pelos funcionários e por alguns pacientes.

Tive muitos momentos bons e divertidos na Nefros, e também momentos muito ruins e tristes. Perdi alguns colegas de hemodiálise e muitas vezes passei muito mal durante as sessões de hemodiálise e, estava sozinha, sem minha mãe, que na casinha do HSP estivera sempre comigo.

Algumas das pessoas por quem eu peguei muito carinho foram embora da Nefros, assim como aconteceu durante minha vida toda... Pessoas boas entraram e saíram da minha vida, deixando lembranças boas e saudades. Sempre lembro delas e de como eram carinhosas comigo. Mesmo que só tenham um rosto sem nome na minha lembrança.

Depois de um tempo, eu comecei a pegar carona com uma paciente que mora perto da minha casa, a Irismar, aí comecei a sair do curso e ir pra casa... Tomava banho, almoçava e saia de casa por volta de 14h30min mais ou menos.

Resolvi prestar uma prova no CIEE para fazer um curso básico de espanhol. Me apaixonei pelo idioma quando comecei a curtir uma banda mexicana.

Passei na prova. O curso era de terça e quinta. Eu ia direto da ETESP para o CIEE, na Rua Tabapuã – Itaim Bibi (longe pra caramba da minha casa!). Eu entrava às 13h e saia às 16h30. (Se não me engano). Com isso, todos os meus dias da semana eram cheios.

No curso de espanhol conheci pessoas bem legais, porém, amiga mesmo, só fiz uma, a Andréia Magalhães, pessoa maravilhosa que eu amo. Nos divertíamos muito juntas.

Consegui terminar o curso de espanhol. Eram só seis meses. Mas não pude ir buscar o certificado.

 GA (Gestão Ambiental / Gente que Ama).

GA no Parque Ecológico do Tietê.


Com Andréia Magalhães. Amiga que conquistei no
curso de espanhol.

Com Erica. Amiga pra vida toda.