(...)"Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar" (...) Saga - Filipe Catto

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

AS SEQUELAS E LIMITAÇÕES PÓS AVC

Voltei pra casa sem equilíbrio pra andar e me manter em pé sozinha, sem conseguir falar direito, tendo espasmos musculares, tremores, com Síndrome Parkinsoniana, com hiperextensão dos joelhos, escoliose, DTM (Disfunções Temporomandibulares)... Enfim, muitas sequelas e cheia de limitações. Eu sabia que seria muito difícil voltar ao normal. Mas tinha esperança.

Eu chorava muito, na maioria das vezes escondida. Eu sentia uma angústia muito grande no meu peito, aquilo me sufocava e doía muito, era horrível não conseguir fazer coisas simples como, por exemplo, me virar na cama sem ajuda. E aos poucos fui percebendo mais limitações... Comecei a sentir muita dor no corpo, principalmente nas costas e no ombro direito. Também percebi que fiquei com a sensibilidade à flor da pele... Chorava muito fácil, mas também sorria.

Eu sempre gostei muito de ouvir músicas e cantar (apesar de não ter talento pra coisa). E o fato de não conseguir mais cantar, me desesperava. (Eu sempre levava pra hemo meu discman e meu porta-cds). Um dia tive uma crise de choro durante a hemo porque eu não conseguia cantar. Eu não conseguia parar de chorar. Chamaram até a médica.

Minha mãe me falou que muitas pessoas oraram por mim e rezaram terços em prol da minha recuperação.

É emocionante saber que tem pessoas solidárias aos problemas dos outros, e nem todos me conheciam.

Minha avó Josefa, sempre preocupada comigo, não podia me ver que lá vinha ela com um copo de água benzida pra eu tomar, ela tinha uma fé admirável.

Eu me tornei uma pessoa quase que totalmente dependente das pessoas, e não me conformava com isso. Era muito desesperador.


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